sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cooperando com Ele ou cooperadores Dele?

“Somos cooperadores de Deus...” 
I Co.3.9

As duas ideias se confrontam na Palavra de Deus, com exemplos de ambos os lados, em páginas de vitórias e derrotas.
A linha divisória é fina e muitos que a transpuseram, se desqualificaram. D’outro lado é tão larga que exige, sim, muito trabalho para ser transposta.
De qualquer forma, todas as vezes que o homem achou-se no patamar de, pedindo licença a Deus, ou avançando sem mesmo considerá-lo, cooperar com Ele no seu projeto como um trabalhador autônomo, frustrou-se.
O Senhor tinha um projeto para a vida de Abrão: Fazer dele e de Sarai uma grande nação.
Sarai era estéril, os anos passavam e nada. Então, o casal, em comum acordo, resolve usar uma serva para gerar um filho ao patriarca.

Ora, não poderíamos ver nesta entrega de Hagar ao marido, um gesto, de Sarai, de cooperação com Deus, sendo que a sua idade avançava e ela continuava estéril? Isto pode ter parecido aos dois uma muito boa alternativa para um caso de esterilidade.
Deus, não somente, não precisava daquela participação do casal, como a recusara; e os seus resultados se fizeram sentir logo adiante. Seu projeto não envolvia uma Hagar fértil, mas uma Sarai estéril.
...
Davi estava com um projeto no coração: Trazer a Arca da Aliança para Jerusalém.
Ela estivera nas mãos dos filisteus. Estes a devolveram ao povo de Deus, mas a Arca não chegara ao monte Sião. Trazê-la, era, sem dúvida, um grande projeto. Mas, houve dois erros no empreendimento: Davi arrumou um carro para trazê-la, quando esta devia ser carregada sobre os ombros de levitas designados para o serviço. Participar com uma carroça, além de indevido, foi o primeiro erro. Segundo, e aqui entra mais claro o fator cooperação, num dos solavancos da carroça, a Arca esteve prestes a cair. Urgiu e surgiu, neste momento, um cooperador para preservá-la da queda. E o Senhor, na hora, feriu o homem de morte.
Ele não estava autorizado a tocar na Arca. Davi voltou só e triste para Jerusalém. Ainda não fora daquela vez que a Arca de Senhor subira com ele.
...
Jesus estava no jardim do Getsêmane com seus discípulos. Aproximava-se o momento quando ele se entregaria aos judeus, marcharia ao Gólgota e resolveria a grande questão do universo, o problema do pecado e a redenção do homem.

Os guardas e os líderes judeus aproximam-se de Jesus e de seu grupo. Sabedor da intenção daqueles, Pedro se põe como um cooperador zeloso na tarefa de proteger seu Mestre.
Toma da espada e fere, à orelha, o servo do sumo-sacerdote. E, mais uma vez, abre-se espaço à vergonha humana de ver-se intrometendo onde não devia. Jesus cura aquele que Pedro ferira. Desfaz o que ele fizera. Além disto, adverte o cooperador e recrimina sua ação.

Não, nossos talentos, esforços, zelo, braveza, em atividade como resultado de iniciativas pessoais, numa tentativa de cooperar com Deus, em nada apressará a realização de Sua obra.

Mas, Paulo fora enfático: “Somos cooperadores de Deus.” Sim, o Senhor age sobre a terra, desde o princípio, e nos convida a juntarmo-nos a Ele nesta manifestação de graça.

A questão é clara: Somos cooperadores, operamos em conjunto com Deus. E isto faz com que a obra que realizamos seja d’Ele e não nossa; seja realizada por Ele, que opera em nós tanto o querer como o efetuar. Assim, nossa cooperação não é uma operação separada, mas d’Ele, n’Ele e para Ele.

E neste mesmo caminho podemos regozijarmo-nos de participar, de sermos participantes das aflições de Cristo. Devemos estar n’Ele, sermos d’Ele. Não sofrermos à parte d’Ele.

E, é neste caminho de trabalho em conjunto, que um planta, outro rega, e Ele, o Senhor, dá o crescimento. A obra é, toda, feita n’Ele. Quem planta, o faz n’Ele. Quem rega, o faz no Senhor. E Ele, somente Ele, é quem promove o crescimento da planta.
Estamos prontos a deixar nosso ímpeto humano para agirmos no Espírito? Encostaremos nossas ferramentas de trabalho para usarmos Suas ferramentas? Estamos dispostos a deixar de carregar nossas placas luminosas “Cooperadores”, para perdermo-nos n’Ele, e, assim ocultos, sermos Seus cooperadores?

Que o Senhor nos ajude.

Pr. Moisés Suriba
Missionário no Senegal

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