“Tendo saído Ló, falou com seus genros, que haviam de casar com suas filhas, e disse-lhes: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade. Mas ele pareceu aos seus genros como quem estava zombando.”
Gn. 19.14
Ló compreendera que o assunto era sério. A turba violenta e pervertida que prometia forçar sua porta para violar seus hóspedes estava duplamente cega. Se antes, eram moralmente cegos, agora, os homens que Ló recebera eram anjos do Senhor e feriram aquele grupo com cegueira física. Sodoma estava no fim da linha. A realidade da cidade, de fato, correspondia com os gritos que o Senhor ouvira contra ela.
A compreensão de Ló, de que a taça da ira de Deus se derramaria sobre a cidade, ainda que não o fizera sair em disparada, assim que os anjos lho fizeram saber, talvez não lhe fosse, de tudo, estranha ao seu coração. Dia-a-dia este justo afligia a sua alma justa com as obras injustas daqueles.
Voltando um pouco no tempo..., por que mesmo ele fora para Sodoma? Ora, as campinas de Sodoma lembravam o Jardim do Senhor! Mas, as campinas da cidade não retratavam a sujeira de suas ruas, de seus esgotos morais que corriam a céu aberto. E o que parecia prazeroso tornou-se aflição de alma.
Mas, naquele dia, a lama subia até o limiar da porta casa de Ló. Não fosse a intervenção de Deus, Ló estaria vendido à vergonha, ao sofrimento e ao pasmo.
Pois bem, é hora de sair e já. Ele parte à casa dos genros. Eles precisavam saber que o dia do juízo chegara. Gotas do cálice da ira de Deus já tombavam sobre a cidade... “Fujam! Fujam! Saiamos logo daqui!” O texto traz as palavras de Ló: “Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade.”
Ora, nós não sabemos toda a aflição que aquele pobre homem, antes rico, sofria, tentando convencer seus genros. O que sabemos é que eles o tomaram como quem zombava.
Mas, Ló não estava zombando? Não, não estava.
Na verdade, ninguém brincava: Nem o povo de Sodoma, nem Ló, nem Deus.
Hoje, ninguém está brincando. O barulho, é certo, é de “festa”, de orgia, é de música e de danças. Mas, nada é brincadeira.
Os ébrios tropeçam nas ruas, e, de fato, se machucam; as virgens se entregam ao dano, e o sofrem, de fato; a sodomia se instaura em lei, e governa de fato; os ladrões atacam a cidade, e a roubam de fato.
Ninguém está brincando. Nem Deus.
Fuja! Deixe Sodoma!
Pr. Moisés Suriba - Missionário no Senegal
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