segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pai nosso que estás nos céus


“Pai nosso que estás nos céus...

Mateus 6.9

Começamos na semana passada a refletir sobre a oração que Jesus nos ensinou. Vimos que por meio da fé em Jesus, fomos adotados como filhos de Deus (Jo. 1.12), passando a fazer parte de Sua família. Essa família é composta de muitos irmãos. Por isso, não é “meu Pai”, e sim “Pai nosso”.
Se Deus é Pai de todos os que cremos em Jesus, deve haver entre nós um relacionamento de irmãos (Gl. 6.10; At. 42, 44,46). Como família, devemos viver em harmonia e em comunhão com o Pai e com nossos irmãos.
Jesus segue seu ensino sobre a oração acrescentando: “... que estás nos céus...”. Temos aqui um conceito admirável: “Pai nosso que estás nos céus...”. Essa expressão é muito significativa, pois:

Foi por causa de nosso conceito corrompido de paternidade que Jesus a utilizou.
Significava dizer que Ele era o mesmo “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” - expressão frequentemente utilizada pelo apóstolo Paulo em suas cartas. Esse é o Pai que nós, os crentes, temos!
No entanto, existem muitas pessoas para quem, infelizmente, a ideia de paternidade não envolve o conceito do amor.
Imagine um menino pequeno cujo pai seja um alcoólatra, que costume espancar sua mulher. Ele vê que seu pai gasta todo seu dinheiro consigo mesmo e com seu vício, ao passo que o próprio menino padece fome. Essa é a sua ideia de paternidade. Se alguém lhe dissesse que Deus é seu Pai, e deixasse as coisas nesses termos, isso não lhe seria de grande ajuda, não lhe pareceria coisa boa. A pobre criança necessariamente faz uma ideia totalmente distorcida da paternidade! Essa é a sua noção de um pai, isto é, um homem que se comporta daquela maneira selvagem.

As nossas noções humanas e pecaminosas de paternidade precisam ser constantemente corrigidas.
Com essa expressão: “... que estás nos céus”, Jesus também quis nos ensinar que quando oramos a Deus, é vital que o chamemos de nosso Pai para que nos recordemos de Sua majestade, de Sua grandeza e de Seu infinito poder.

Quando em nossa fraqueza e total humilhação, colocamo-nos de joelhos perante Deus, em nossa angústia de mente e de coração, devemos nos lembrar de que Ele sabe tudo a nosso respeito.
As Escrituras afirmam em Hb. 4.13 “... todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”. Se você quiser ser abençoado por Deus, terá de mostrar-se absolutamente honesto, terá de tomar consciência do fato de que o Senhor sabe tudo, que nada há oculto diante de Seus olhos.
Assim como disse o sábio escritor de Eclesiastes 5.2, é vital que ao orarmos a Deus, recordemos o fato de que “Deus está nos céus, e nós na terra”.
Lembremo-nos, igualmente, da santidade de Deus, de Sua justiça e de Sua absoluta e total equidade (imparcialidade).
Conforme diz o autor da epístola aos Hebreus, lembremo-nos que sempre que nos aproximarmos de Deus, devemos fazê-lo “com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb. 12.28-29).

Nunca devemos separar essas duas verdades. A de que estamos nos aproximando do Deus Todo-Poderoso, eterno e perpetuamente bendito.Mas que, em Cristo Jesus tornou-se nosso Pai, o qual não somente sabe tudo a nosso respeito, no sentido de que Ele é onisciente, mas também sabe tudo a nosso respeito no sentido de que Ele é um Pai que conhece tudo sobre seus filhos.
Ele sabe o que é melhor para Seus filhos (Sl. 103.13)! Deus está olhando para nós com santo amor, e sabe de cada uma de nossas necessidades (Fl. 4.19). Ouve cada um de nossos suspiros e nos ama com amor eterno (Jr. 31.3).
Coisa alguma Deus deseja tanto como a nossa felicidade, a nossa bem-aventurança, a nossa alegria e a nossa prosperidade (Jr. 29.11). Além disso, devemos nos lembrar deste outro fato, que Ele “... é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos...” (Ef. 3.20).

Na qualidade de “Pai que está nos céus”, Ele deseja muito mais por abençoar-nos do que desejamos ser abençoados.Ele pode e quer abençoar-nos com todas as bênçãos celestiais com todas as riquezas da graça do próprio Deus.

É dessa maneira que nos convém orar!
Antes de iniciarmos qualquer petição, antes de começarmos a pedir até mesmo o pão de cada dia, antes de começarmos a solicitar qualquer coisa, primeiramente tomemos consciência de que nós, tal como somos, estamos na presença de tal Ser, nosso Pai que está nos céus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Conforme Ele mesmo disse em Jo. 20.17: “... meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês...".
Agradeça a Deus por esse privilégio de ser filho(a) deste Pai maravilhoso que habita nos céus, mas também em teu coração por meio do Seu Santo Espírito!


Referência:
JONES, D. M. Lloyd.  Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.


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