“Pai nosso que
estás nos céus...”
Mateus 6.9
Começamos na semana
passada a refletir sobre a oração que Jesus nos ensinou. Vimos que por
meio da fé em Jesus, fomos adotados como filhos de Deus (Jo. 1.12), passando a fazer
parte de Sua família. Essa família é
composta de muitos irmãos. Por isso, não é “meu
Pai”, e sim “Pai nosso”.
Se Deus é Pai de
todos os que cremos em Jesus, deve haver entre nós um relacionamento de irmãos
(Gl. 6.10; At. 42, 44,46). Como família,
devemos viver em harmonia e em comunhão com o Pai e com nossos irmãos.
Jesus segue seu
ensino sobre a oração acrescentando: “... que estás nos céus...”. Temos aqui um
conceito admirável: “Pai nosso que
estás nos céus...”. Essa expressão é muito significativa, pois:
Foi por causa de
nosso conceito corrompido de paternidade que Jesus a utilizou.
Significava dizer
que Ele era o mesmo “Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo” - expressão frequentemente utilizada pelo apóstolo
Paulo em suas cartas. Esse é o Pai que nós, os crentes, temos!
No entanto, existem muitas pessoas para quem,
infelizmente, a ideia de paternidade não
envolve o conceito do amor.
Imagine um menino pequeno cujo pai seja um
alcoólatra, que costume espancar sua mulher. Ele vê que seu pai gasta todo seu
dinheiro consigo mesmo e com seu vício, ao passo que o próprio menino padece
fome. Essa é a sua ideia de paternidade. Se alguém lhe dissesse que Deus é seu
Pai, e deixasse as coisas nesses termos, isso não lhe seria de grande ajuda,
não lhe pareceria coisa boa. A pobre criança necessariamente faz uma ideia
totalmente distorcida da paternidade! Essa é a sua noção de um pai, isto é, um homem
que se comporta daquela maneira selvagem.
As nossas noções
humanas e pecaminosas de paternidade precisam ser constantemente corrigidas.
Com essa
expressão: “... que estás nos céus”, Jesus também quis nos ensinar que quando oramos a
Deus, é vital que o chamemos de nosso Pai para que nos recordemos de Sua majestade,
de Sua grandeza e de Seu infinito poder.
Quando em nossa
fraqueza e total humilhação, colocamo-nos de joelhos perante Deus, em nossa
angústia de mente e de coração, devemos
nos lembrar de que Ele sabe tudo a nosso respeito.
As Escrituras
afirmam em Hb. 4.13 “... todas as
coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar
contas”. Se você quiser
ser abençoado por Deus, terá de mostrar-se absolutamente honesto, terá de tomar
consciência do fato de que o Senhor sabe tudo, que nada há oculto diante de
Seus olhos.
Assim como disse
o sábio escritor de Eclesiastes 5.2, é vital que ao orarmos a Deus, recordemos o fato de que “Deus está nos céus, e nós na terra”.
Lembremo-nos, igualmente,
da santidade de Deus, de Sua justiça e
de Sua absoluta e total equidade (imparcialidade).
Conforme diz o
autor da epístola aos Hebreus, lembremo-nos que sempre que nos aproximarmos de
Deus, devemos fazê-lo “com reverência
e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb.
12.28-29).
Nunca devemos
separar essas duas verdades. A de que estamos
nos aproximando do Deus Todo-Poderoso, eterno e perpetuamente bendito.Mas que, em
Cristo Jesus tornou-se nosso Pai, o qual não somente sabe tudo a nosso
respeito, no sentido de que Ele é onisciente, mas também sabe tudo a nosso
respeito no sentido de que Ele é um Pai que conhece tudo sobre seus filhos.
Ele sabe o que é
melhor para Seus filhos (Sl. 103.13)! Deus está olhando
para nós com santo amor, e sabe de cada uma de nossas necessidades (Fl.
4.19). Ouve cada um de
nossos suspiros e nos ama com amor eterno (Jr. 31.3).
Coisa alguma Deus
deseja tanto como a nossa felicidade, a nossa bem-aventurança, a nossa alegria
e a nossa prosperidade (Jr. 29.11). Além disso,
devemos nos lembrar deste outro fato, que Ele “...
é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
pensamos...” (Ef. 3.20).
Na qualidade de “Pai
que está nos céus”, Ele deseja muito mais por abençoar-nos do que desejamos ser
abençoados.Ele pode e quer
abençoar-nos com todas as bênçãos celestiais com todas as riquezas da graça do
próprio Deus.
É dessa maneira
que nos convém orar!
Antes de
iniciarmos qualquer petição, antes de começarmos a pedir até mesmo o pão de
cada dia, antes de começarmos a solicitar qualquer coisa, primeiramente tomemos
consciência de que nós, tal como somos, estamos na presença de tal Ser, nosso
Pai que está nos céus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Conforme Ele mesmo
disse em Jo. 20.17: “... meu
Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês...".
Agradeça a
Deus por esse privilégio de ser filho(a) deste Pai maravilhoso que habita
nos céus, mas também em teu coração por meio do Seu Santo Espírito!
Referência:
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
Referência:
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
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