terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Santificado seja o teu nome


"Santificado seja o teu nome, [...]"
Mt. 6.9-10
Chegamos à próxima divisão da oração do Pai Nosso. Àquela que aborda a questão de nossas petições.
“Pai nosso que estás nos céus...” é a invocação. Em seguida aparecem as petições: “... Santificado seja teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal...” (Mt. 6.9-13).
Devemos perceber, no entanto, a proporção de importância da qual se revestem as petições.
As três primeiras petições: “santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” dizem respeito a Deus e Sua glória.
Não só nossos desejos e petições referentes a Deus devem estar em primeiro lugar, mas também devemos observar que metade das petições são dedicadas a Deus e à Sua glória, e que só as demais se referem às nossas necessidades, aos nossos problemas particulares.

A primeira lição que podemos aprender com as Escrituras hoje, é que:
JAMAIS DEVEMOS COMEÇAR PENSANDO EM NÓS MESMOS, NUNCA DEVEMOS COMEÇAR APRESENTANDO AS PETIÇÕES QUE NOS DIZEM RESPEITO.
Não importam quais sejam as nossas condições e circunstâncias; nosso trabalho; nossos desejos! Mesmo quando as nossas petições atingem o seu mais elevado nível, como nosso interesse pela salvação das almas; pelas bênçãos de Deus sobre a pregação da Sua Palavra; por aqueles que nos são mais íntimos e queridos, quando queremos que eles se tornem crentes autênticos, elas jamais devem receber a primazia, ser parte de nossas primeiras petições. Menos ainda deveríamos começar pelas nossas próprias circunstâncias ou condições.
Não importa quanto a nossa situação seja desesperadora, quanto aguda seja a tensão, se está ocorrendo alguma enfermidade física, guerra, calamidade, ou algum terrível problema que, repentinamente, nos tenha ameaçado – sem importar o que possa acontecer, jamais deveríamos deixar de observar a sequência em que as petições foram aqui expostas por nosso bendito salvador e Senhor.
Antes de começarmos a pensar em nós mesmos e em nossas próprias necessidades, ou nos preocuparmos com o próximo, devemos começar nossas orações por esse grande interesse acerca do Senhor Deus, de Sua honra, de Sua glória.
Já nos conscientizamos do fato que estamos na presença de Deus, e de que Ele é nosso Pai celeste. Consequentemente, conforme diz Jesus, essa deveria ser nossa petição, e esse, nosso primeiro desejo: “santificado seja o teu nome”

Vejamos agora as lições que Jesus quis nos ensinar com as palavras que usou:
A PALAVRA “SANTIFICADO” SIGNIFICA REVERENCIADO, CONSIDERADO SANTO.
Jesus quis ensinar que o propósito dessa petição é exprimir esse desejo de que o próprio Deus seja reverenciado, santificado, que o próprio nome de Deus e tudo quanto esse nome denota e representa seja honrado entre os homens, tornando-se um nome respeitado e reverenciado diante do mundo inteiro.

O “NOME” SIGNIFICA TUDO QUANTO ESTÁ ENVOLVIDO NA PESSOA DE DEUS, TUDO QUANTO NOS FOI REVELADO A RESPEITO DELE.
Significa Deus em todos os seus atributos, em tudo quanto Ele é em si mesmo, em tudo quanto Ele tem realizado e continua realizando.
Deus revelou-se aos filhos de Israel, sob diversos nomes: Ele utilizou certas palavras para indicar a Sua pessoa:
El ou Elohim: aponta para o seu poder, para sua força;
Yahweh (traduzido como Jeová ou Senhor, em português), que significa “autoexistente”, o “sou o que sou”, o “eternamente autoexistente”.
Yahweh-jireh: “o Senhor proverá;
Yahweh-rapha: “o Senhor cura”;
Yahweh-nissi: “o Senhor é a nossa bandeira”;
Yahweh-shalom: “o Senhor é a nossa paz”;
Yahweh-ra-ah: “o Senhor é o nosso pastor”;
Yahweh-tsidkenu: “o Senhor é a nossa justiça”;
Yahweh-shammah: “o Senhor está presente”.
Ao atribuir a Si mesmo esses diversos nomes, Deus revela aspectos da Sua pessoa, como também de Sua natureza, de Seu ser, de Seu caráter e de Seus atributos, para conhecimento da humanidade. As palavras do Pai Nosso: “o Teu nome”, envolvem tudo isso.
O Senhor Jesus estava ensinando aqui a orarmos para que a humanidade inteira venha a conhecer a Deus dessa maneira, que o mundo inteiro venha a honrar a Deus desse modo.
Essa era a paixão consumidora do próprio Senhor Jesus Cristo! Podemos ver isso em: João 8.50 e 17.4-6.
Cristo já havia contemplado e participado plenamente dessa glória na eternidade com o Pai, estava pleno desse senso da glória de Deus, e o seu único desejo era que a humanidade viesse a conhecê-la e experimentá-la também.
Deveríamos também ser conhecidos pela nossa paixão consumidora para que o mundo inteiro viesse a conhecer a Deus dessa forma. (Sl. 34.3)
Essa primeira petição aponta para um ardente desejo de que o mundo se prostre diante de Deus, em adoração à Sua pessoa, reverência, louvor, honra prestada e em ação de graça.

Por acaso é esse nosso maior anseio? Essa é a questão que ocupa o lugar mais proeminente em nossas mentes, sempre que oramos a Deus?
Nosso Senhor nos ensina que:
Quando nos aproximarmos de Deus, embora estejamos debaixo de condições e circunstância desesperadoras, embora tenhamos alguma preocupação grave em nossa mente e coração, ainda assim, conforme Ele disse, deveríamos parar por alguns instantes para relembrarmos quem Deus é, a fim de que nosso mais profundo desejo seja que esse Deus admirável, que se tornou nosso Pai celeste, através de Jesus Cristo, venha a ser honrado, adorado, santificado entre os homens.
Se estivermos ansiosos por conhecer a bênção de Deus e nos interessamos para que as nossas orações sejam eficazes e valiosas, então devemos assimilar e praticar essa sequência ensinada por Cristo.
Se quisermos conhecer a Deus e ser abençoados por Ele, precisaremos começar as nossas orações pela adoração à Sua pessoa. Dizendo-lhe que, antes de mencionarmos qualquer preocupação conosco, o nosso mais profundo desejo é que Ele seja conhecido entre os homens.
Que aprendamos mais essa preciosa lição ensinada pelo nosso Senhor Jesus!



Referência:
JONES, D. M. Lloyd.  Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.



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