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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Mas, não era brincadeira?

“Tendo saído Ló, falou com seus genros, que haviam de casar com suas filhas, e disse-lhes: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade. Mas ele pareceu aos seus genros como quem estava zombando.”  
Gn. 19.14

Ló compreendera que o assunto era sério. A turba violenta e pervertida que prometia forçar sua porta para violar seus hóspedes estava duplamente cega. Se antes, eram moralmente cegos, agora, os homens que Ló recebera eram anjos do Senhor e feriram aquele grupo com cegueira física. Sodoma estava no fim da linha. A realidade da cidade, de fato, correspondia com os gritos que o Senhor ouvira contra ela.

A compreensão de Ló, de que a taça da ira de Deus se derramaria sobre a cidade, ainda que não o fizera sair em disparada, assim que os anjos lho fizeram saber, talvez não lhe fosse,  de tudo, estranha ao seu coração. Dia-a-dia este justo afligia a sua alma justa com as obras injustas daqueles.

Voltando um pouco no tempo..., por que mesmo ele fora para Sodoma? Ora, as campinas de Sodoma lembravam o Jardim do Senhor! Mas, as campinas da cidade não retratavam a sujeira de suas ruas, de seus esgotos morais que corriam a céu aberto. E o que parecia prazeroso tornou-se aflição de alma.

Mas, naquele dia, a lama subia até o limiar da porta casa de Ló. Não fosse a intervenção de Deus, Ló estaria vendido à vergonha, ao sofrimento e ao pasmo.

Pois bem, é hora de sair e já. Ele parte à casa dos genros. Eles precisavam saber que o dia do juízo chegara. Gotas do cálice da ira de Deus já tombavam sobre a cidade... “Fujam! Fujam! Saiamos logo daqui!” O texto traz as palavras de Ló: “Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade.”

Ora, nós não sabemos toda a aflição que aquele pobre homem, antes rico, sofria, tentando convencer seus genros. O que sabemos é que eles o tomaram como quem zombava.

Mas, Ló não estava zombando? Não, não estava.

Na verdade, ninguém brincava: Nem o povo de Sodoma, nem Ló, nem Deus.

Hoje, ninguém está brincando. O barulho, é certo, é de “festa”, de orgia, é de música e de danças. Mas, nada é brincadeira.

Os ébrios tropeçam nas ruas, e, de fato, se machucam; as virgens se entregam ao dano, e o sofrem, de fato; a sodomia se instaura em lei, e governa de fato; os ladrões atacam a cidade, e a roubam de fato.

Ninguém está brincando. Nem Deus.

Fuja! Deixe Sodoma!

Pr. Moisés Suriba - Missionário no Senegal

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Entrando pela porta estreita

Ao chegarmos a esse ponto, podemos dizer que nosso Senhor terminou o Sermão propriamente dito, e que deste versículo em diante Ele tão somente exortando os seus ouvintes a que tomassem consciência da importância e da necessidade deles, de colocarem em prática e essas instruções em suas vidas diárias.
O objetivo de Cristo, nesse Sermão, foi o de levar o povo evangélico a perceber, em primeiro lugar, a sua natureza ou caráter como um povo, e, em seguida, mostrar-lhes como devem manifestar essa natureza e esse caráter em sua vida diária.
O Seu propósito foi o de convocar a si mesmo um povo, chamado dentre o mundo, para formar o reino espiritual. Portanto, era essencial que ele tornasse perfeitamente claro que esse reino que ele veio estabelecer, é totalmente diferente de qualquer coisa que o mundo já viu antes, isto é, é o reino de Deus, da luz, dos céus.
Já vimos o quadro geral traçado pelo Senhor, que retrata o verdadeiro cristão, nas bem-aventuranças. O mundo haveria de reagir contra ele mostrando-lhe aversão e perseguindo-o.
Apesar disso, os crentes não deveriam isolar-se do mundo, transformando-se em monges e eremitas; pelo contrário, deveriam permanecer vivendo na sociedade, na qualidade de sal e de luz.
O sermão do Monte é, acima de tudo, um sermão prático; é preciso que vivamos conforme seus princípios. Não são apenas algumas ideias éticas. A mensagem cristã não é uma ideia teórica tão somente; mas, é algo que realmente deve caracterizar a nossa vida diária.

SER CRISTÃO É ENTRAR PELA PORTA ESTREITA

Nos versículos 13 e 14, Jesus nos ensina que a primeira coisa que devemos fazer, após termos ouvido esse sermão, consiste em avaliarmos o tipo de vida para a qual Ele nos chama, tomando consciência do que ela envolve. E ela envolve vida de estreiteza, um “caminho apertado”.
O Senhor exprimiu dramaticamente esse pensamento diante de nós, ao asseverar “entrai pela porta estreita...”.
É como se Jesus estivesse nos dizendo: “O caminho apertado é o pelo qual Eu quero que vocês caminhem. Entrem pela porta estreita. Prossigam a caminhada por esse caminho estreito, onde haverão de encontrar-Me a caminhar à frente de vocês”.

A primeira coisa que podemos observar é que:
ESSA VIDA É REPRESENTADA POR UMA TRILHA ESTREITA E APERTADA DESDE OS SEUS PRIMEIROS LANCES.
A própria porta de entrada, o próprio caminho pelo qual entramos nessa vida, tudo é estreito.
Quando deixamos sabedoria mundana e os motivos carnais invadirem o evangelismo, então descobrimos que “porta estreita” desaparece.
Muito frequentemente tem-se a impressão que ser crente, afinal de contas, difere bem pouco de ser incrédulo, que não é necessário pensar no cristianismo como uma vida apertada, mas antes como algo muito atrativo, maravilhoso e excitante, e que uma pessoa pode chegar ao cristianismo em meio a multidões.
O Evangelho não procura nos convencer de que a sua mensagem e as suas condições são fáceis, para somente mais tarde começarmos a descobrir o quanto elas são difíceis.
O Evangelho de Jesus Cristo anuncia abertamente, sem qualquer abrandamento que a vida cristã é algo que começa por uma porta estreita e apertada desde começo.
Desde o princípio nos é dito, que se quisermos caminhar por ali, há certas coisas que teremos de deixar de lado.

É importante que consideremos algumas das coisas que temos de deixar para trás. Nessa noite meditaremos na primeira delas:
A PRIMEIRA COISA QUE PRECISAMOS DEIXAR PARA TRÁS É O MUNDANISMO.
Deixamos para trás as multidões e a maneira de viver do mundo. “...larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela, porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt. 7.13-14).
É necessário começarmos tomando conhecimento desse fato, quando nos tornamos crentes, pois isso nos transforma em indivíduos incomuns.
O crente é alguém que inicia sua carreira rompendo com o mundo, com as multidões, com a vasta maioria das pessoas.
Isso é inevitável; e é importante que nós saibamos bem dessa verdade.
O modo cristão de viver nunca foi popular. Antes, é uma maneira de viver muito incomum, estranha, excepcional e diferente.
O crente, pois, deliberadamente afasta-se da multidão e começa a dirigir-se na direção da porta estreita e apertada, sozinho.
Ninguém pode arrastar após si as multidões pelo caminho da vida cristã.
Inevitavelmente isso envolve a necessidade do crente romper com a maioria. O caminho cristão é algo intensamente pessoal.
Uma das primeiras coisas que sucedem à pessoa que desperta para a mensagem do evangelho de Cristo é que ela tem que dizer para si mesma: “bem, sem importar o que esteja sucedendo à maioria, eu mesmo sou uma alma viva, responsável pela minha própria vida”.
É como dizem as Escrituras: “porque cada um levará o seu próprio fardo”. (Gl. 6.5). Assim, quando uma pessoa se torna crente, primeiramente começa a ver a si mesma como uma unidade separada dentro desse imenso mundo.
A pessoa toma consciência, do fato que se a sua alma, se o seu destino eterno, tiver de estar em segurança, ele não somente deve parar por alguns momentos, em meio à correria desenfreada das multidões, mas também precisa separar-se dessas multidões, e assim, enquanto a maioria está indo em uma direção, tal pessoa precisa começar na direção oposta.
Ninguém pode fazer uma multidão entrar ao mesmo tempo por uma porta giratória, pois esta só admite a passagem de uma pessoa por vez.
A porta é estreita e apertada, e ela me leva face a face com Deus, com a questão da vida e de meu ser pessoal, de minha alma e de seu eterno destino.
Entretanto, é uma coisa abandonar as multidões, mas coisa inteiramente diversa é abandonar o caminho delas.
Pode-se deixar o mundo em sentido físico, a companhia das pessoas e das multidões; todavia, o mundanismo pode continuar em seu coração.
Há pessoas que se afastam do grupo ao qual pertencem, e, no entanto, continuam manifestando a atitude de mundanismo.
É que essas pessoas não conseguiram desfazer-se do espírito mundano, dos caminhos desse mundo.
O tipo de vida que caracteriza esse mundo não nos caracteriza como cristãos autênticos.
Em outras palavras, precisamos deixar fora da porta de entrada as coisas que agradam o mundo.
Não podemos evitar esse fato. As coisas que pertencem ao mundo e que agradam a nossa natureza não regenerada devem ser deixadas do lado de fora da porta estreita.
Nosso Senhor vinha ensinando que se realmente somos o seu povo, se vivemos no seu reino, precisamos deixar de lado tudo quanto for depravado, instintivo, mundano, aquelas coisas que a nossa natureza decaída tanto aprecia.
Nosso Senhor nos aconselhava contra o perigo de imaginarmos uma salvação fácil, contra nossa tendência de dizermos aos outros: “Venham a Jesus Cristo e tudo começará a correr direito com vocês”.
Não, o Evangelho nos diz, desde o começo, que isso é algo muito difícil. Se quisermos seguir o caminho cristão teremos de romper com o mundo de forma radical e definitiva;
É uma maneira de viver inteiramente diferente da do mundo. Por isso é preciso abandonar o caminho do mundo lá fora.
Para vivermos essa nova vida que o Senhor Jesus nos oferece, que tem uma porta estreita e um caminho apertado, mas cujo final é a VIDA ETERNA.
Que vivamos desde já essa vida através da graça de nosso Senhor Jesus Cristo. 

Bom fim de semana, querido@ leit@r!


Referência:
JONES, D. M. Lloyd.  Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ansiedade: mal "dos séculos"!

Temos visto que, no Sermão do Monte Jesus aborda as questões práticas da vida pessoal. Tudo quanto fazemos: nossa vida de oração, nossas tentativas de praticar o bem, nossa vida de jejum e devoções pessoais.
No entanto, como podemos observar a partir do versículo 25, não passamos a maior parte de nosso tempo nessas ocupações. Isso porque não nos afastamos do mundo.
Pelo contrário; nos mantemos atarefados, ocupados em negócios e outras atividades e temos uma multidão de problemas que fazem pressão sobre nós.
Acima de tudo, conforme o Senhor Jesus nos relembra no versículo 19, o grande problema com o qual nos defrontamos é o mundanismo que sempre se faz presente e constantemente nos assedia.
Jesus quis ir além do perigo de acumularmos tesouros sobre a terra, quis tratar da nossa preocupação com nós mesmos, mostrando-nos ansiosos a respeito desses tesouros.
Aqui, uma vez mais, somos relembrados acerca da terrível sutileza de Satanás. Para ele não é importante se alguém está acumulando tesouros ou preocupando-se com eles; tudo quanto lhe importa é que as nossas mentes concentrem-se sobre essas coisas, e não sobre Deus.
Ele assediará de todas as formas possíveis. Satanás é capaz de transformar-se em "anjo de luz" (II Coríntios 11.14).
Quão sutil foi a tentação a que Satanás sujeitou o Senhor no deserto: "Se és Filho de Deus... (Mateus 4:3; Dt. 8.3). Estamos sujeitos a ataques parecidos, mas, graças a Deus, nosso Senhor nos presenteou com instruções acerca disso. Tg. 4.7
Portanto, Jesus frisa o ponto que quer destacar, por três vezes, introduzindo a questão por meio de um "por isso", ou de um "portanto". v. 25, 31 e 34. 
A arte do ensino de Jesus é da repetição. O verdadeiro professor sempre reconhece que não basta dizer alguma coisa uma vez só, pois qualquer conceito precisa ser repetido.

DEVEMOS CONSIDERAR OS TERMOS QUE O SENHOR JESUS EMPREGOU: "NÃO ANDEIS ANSIOSOS" e "NÃO VOS INQUIETEIS".
Essas palavras equivalem a: "não vos preocupeis". Ex. Lucas 10.38-42. O Senhor Jesus voltou-se para Marta e a repreendeu, dizendo-lhe: "Marta! Marta! andas inquieta e te preocupas com muitas coisas". Marta se deixou "distrair"! Maria, no entanto, tinha um único propósito; um único alvo. Não se deixava distrair por muitas coisas.
O Senhor Jesus nos adverte, sobre o perigo de ser distraído, através da ansiedade acerca das coisas terrenas, de cuidados e preocupações com coisas desta vida (Jo. 6.27). De tanto olharmos para as coisas terrenas, acabamos nos esquecendo de Deus.

A EXPRESSÃO "NÃO ANDEIS ANSIOSOS" NÃO SIGNIFICA QUE NÃO DEVEMOS PENSAR E PLANEJAR SOBRE O FUTURO.
 Para ilustrar seu mandamento, Jesus utiliza-se do argumento das aves. Não é verdade que as aves têm apenas de ficar empoleiradas em alguma árvore ou poste, esperando até que o alimento lhes seja trazido. Pelo contrário! Elas buscam ativamente o seu alimento.  Há uma     intensa atividade entre as aves.
Jesus, aqui, exclui inteiramente a possibilidade de interpretarmos esse Seu ensino como se envolvesse uma espécie de espera passiva por Deus, sem que o homem não precisasse fazer nada.
Nosso Senhor jamais condenou os agricultores por ararem e gradearem a terra, semearem e colherem e, finalmente armazenarem a produção. Jesus jamais condenou tal atividade, pois foi ordem de Deus que o homem vivesse através do suor de seu rosto.
Dessa maneira, esses argumentos expressos na forma de ilustrações incluem também o caso dos lírios do campo - como eles extraem o seu sustento da terra onde estão plantados.
Como é evidente, não há aqui qualquer mandamento tendente ao ócio, mas nessas palavras encontramos uma advertência acerca da ansiedade.
Para a humanidade, parece mais natural que o indivíduo sinta-se ansioso, sobrecarregado e preocupado. Isso é um engano do mundo. Essas coisas tendem por dominar-nos, controlar-nos, e fazer-nos passar a vida inteira escravizados a elas. É isso que o Senhor Jesus está ensinando. E o apóstolo Paulo confirma em Fil.4.6-7.
Tendo dado a sua ordem, Jesus nos oferece uma razão geral para que a observemos: "não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?" Isso inclui a vida e o corpo.
O que nosso Senhor quis dizer com isso? É como Ele houvesse dito: "Considerem essa sua vida, a respeito da qual vocês tendem por preocupar-se e ficar ansiosos. Como é que vocês obtiveram essa vida? De onde é que ela veio?" E a resposta, naturalmente, é que:

A VIDA É UM DOM DE DEUS! O HOMEM É INCAPAZ DE CRIÁ-LA!
Nenhum de nós jamais resolveu vir a este mundo. O próprio fato de estarmos vivos neste instante deve-se inteiramente a Deus que assim quis e assim decidiu.  Assim sendo: Se Deus nos deu o dom da vida - o maior de todos os dons, como podemos imaginar que agora, repentinamente, Ele haveria de negar a Si mesmo, deixando de cuidar para que nossa vida seja sustentada e capacitada a continuar? Mas, Ele tem a Sua própria maneira de fazer isso!
Naturalmente devemos trabalhar. Fazer as coisas que Deus determinou que o homem fizesse nesta vida e neste mundo. No entanto, o que Jesus diz é que não precisamos ficar ansiosos ou preocupados com a possibilidade de não ter o suficiente para dar continuidade à nossa vida.

DEUS QUE NOS DEU A DÁDIVA DA VIDA CUIDARÁ PARA QUE ESSA VIDA PROSSIGA. Rm.8.32
O Doador da vida cuidará para que nos sejam providenciados o sustento e tudo quanto for necessário para esta vida.
É exatamente isso que Deus faz com as aves. Elas têm de encontrar o seu próprio alimento, mas é Ele quem os providencia para elas, quem cuida para que esse suprimento não lhes falte.
O nosso corpo é uma dádiva de Deus, e, por conseguinte devemos ter certeza de que, de alguma maneira, Ele providenciará os meios através dos quais nossos corpos serão alimentados e vestidos.
A principal dificuldade é que nos esquecemos deste princípio vital: de que as coisas de que desfrutamos nesta vida são dádivas de Deus. Tg. 1.17
Não somos meros resultados de uma suposta evolução. Deus se interessa por nós de forma pessoal, porque Ele nos criou. Jamais teríamos vindo a este mundo se Deus não o quisesse. Essa deve ser nossa firme convicção.
Temos que agradecer a Deus todos os dias pela vida, pelo alimento, pelo abrigo que Ele deu a cada um de nós! Essas coisas são inteira e exclusivamente dádivas divinas.
Essa foi a atitude de todos os grandes heróis da fé, descritos em Hebreus 11. Eles não puderam compreender tudo quanto lhes sucedia, mas exclamavam "Deus sabe de tudo, e cuida de nós". Eles criam que Deus haveria de sustentá-los e guiá-los por toda a jornada nessa terra, até que o propósito divino para eles fosse cumprido e Ele os acolhesse em Sua habitação celestial onde haveriam de passar a eternidade em Sua gloriosa presença.

 "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?" Mt. 6.25
Que possamos nos submeter a esta ordem do Senhor e praticar os princípios fundamentais contidos nela. Ao procedermos assim, com certeza venceremos a ansiedade e as preocupações e, como filhos do Pai celestial, caminharemos em paz e serenidade, na direção do nosso lar eterno.
Que Deus nos ajude e nos abençoe neste propósito. Amém.

Referência:
JONES, D. M. Lloyd.  Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.




segunda-feira, 25 de março de 2013

Não ajunteis tesouros na terra...


Conforme temos estudado no Sermão do Monte, não existe nada mais importante do que a relação entre o cristão e Deus, seu Pai celeste. De acordo com Jesus, o grande segredo da vida está em sempre nos vermos como filhos de nosso Pai celeste.
Se essa for a nossa atitude, seremos libertos das duas principais tentações que nos atacam nesta vida terrena.
Como já vimos nos v. 1-8, o Senhor coloca essas tentações da seguinte maneira:
A primeira é aquela sutil tentação que nos assedia com relação à nossa piedade pessoal.
Ele nos ensina que a única coisa que realmente importa, e com que devemos nos preocupar é que o Senhor está sempre olhando para nós.
Por isso, não devemos dar valor excessivo àquilo que as pessoas digam a nosso respeito, e nem estar focado em nós mesmos.

Agora chegamos ao versículo 19, onde nosso Senhor introduz o aspecto da questão da vida cristã neste mundo em relação a Deus como Pai. O que está em foco neste momento é:
I – O PROBLEMA QUE A BÍBLIA CHAMA DE “O MUNDO”. – v. 19.
Mas, o que as Escrituras querem dizer com a expressão “o mundo”?
Não está em evidência aqui o universo físico e nem o conjunto total dos seres humanos. O foco está na atitude, em uma mentalidade, uma maneira de encararmos a vida como um todo.
Jesus apresenta uma sequência: o crente prepara-se em secreto, ele ora e faz diversas outras coisas: jejua, ajuda ao próximo com esmolas e pratica outras boas obras, sem se deixar notar.
No entanto, ele igualmente precisa viver sua própria vida neste mundo. Onde ele está envolvido em uma luta de fé, e necessita de toda a armadura de Deus, porquanto, se dela não estiver revestido, será derrotado, "porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne" (Efésios 6: 12). Essa é uma batalha realmente feroz!
Essa tentação que pende para o mundanismo, geralmente assume duas formas principais:
Em primeiro lugar ela pode assumir a forma de um afeto positivo pelo mundo (o que vemos no v. 19 – I Jo. 2.15)
Em segundo, ela pode assumir a forma de ansiedade, de uma atitude de preocupada ansiedade com respeito ao mundo (o que veremos a partir do v. 25).
Jesus tratou dos dois aspectos do problema ainda em termos de nosso relacionamento com nosso Pai celeste.Por isso, temos que cuidar para não reduzir seus ensinos a um mero número de normas e regulamentos.

Ele começa tratando do aspecto negativo da questão. Ele diz:
II - NÃO AJUNTEIS TESOUROS NA TERRA - Mt. 6:19
O que Jesus quis dizer com isso?
Em primeiro lugar, devemos evitar interpretar essa declaração como se ela girasse somente em torno de dinheiro.  Pois Jesus disse: “não acumuleis tesouros”, e não, “dinheiro”.
Tesouro é uma palavra com significado bastante amplo, que inclui muita coisa, inclusive dinheiro.
O que está em pauta é a atitude inteira de uma pessoa para com a existência neste mundo.
Jesus falava aqui com pessoas que têm nesta vida, nas coisas que dizem respeito somente a este mundo, sua principal ou total satisfação. 
O nosso tesouro talvez não seja dinheiro. Pode ser marido, mulher ou filhos; pode ser um dom, uma casa, etc. Não importa o que ou quão pequeno seja, se representa tudo para você, então aquilo é o seu tesouro, aquela é a coisa para a qual está vivendo.
Não está em pauta somente o amor ao dinheiro, mas também o amor à honra pessoal, à posição social, aos cargos obtidos, o amor ao próprio trabalho, o amor a qualquer coisa que comece e termine aqui mesmo, nesta vida e neste mundo.
Essas são as coisas que nos devem deixar em estado de alerta para que não as transformemos em nossos tesouros. 

Vamos ver agora o lado positivo da exortação de Jesus:
III - "... MAS AJUNTAI PARA VÓS OUTROS TESOUROS NO CÉU...”
Jesus não está aqui ensinando a possibilidade de uma pessoa obter a salvação por suas próprias obras, pois se dirigia a pessoas que já tinham recebido a salvação pela fé nele.
Ele reforça aqui o ensino que encontramos também em outros textos bíblicos como I Tm. 6.17-19; Jo. 6.27
Mas como podemos colocar em prática esse ensinamento de Jesus? Primeiramente sendo possuidores de um ponto de vista correto.
Nunca podemos perder de vista que nesta vida somos meros peregrinos.
Estamos caminhando neste mundo debaixo dos olhos atentos do Senhor, aproximando-nos dele e na direção de nossa esperança eterna.
Esse é o grande princípio ensinado em Hb. 11, que mostra que aqueles homens heróis da fé tinham um único objetivo. (v. 27, 13, 10, 16)

Se partirmos desse princípio, começaremos a pensar em nós mesmos como mordomos que terão de prestar contas de todas essas coisas a Deus. Não somos proprietários permanentes dessas coisas.
Não importa se está em pauta o dinheiro, ou o intelecto, ou nossas próprias pessoas, ou nossa personalidade ou qualquer dom que porventura tenhamos.
Nosso pensamento deve estar na seguinte questão: “Como posso usar essas coisas para a glória de Deus?” Pois é a Ele que terei de prestar contas de minha mordomia, em todas as coisas com as quais ele tiver me abençoado.
Estou armando minha tenda, a cada dia que passa, um pouco mais perto do meu lar celestial? Sou um filho do Pai celeste, vivendo neste mundo para seu propósito e não para o meu.
Deus me deu esse grande privilégio de viver neste mundo, e se por acaso ele me proporcionou qualquer dom, tenho que me conscientizar de que, embora em certo sentido essas coisas sejam minhas, em última análise elas pertencem a Deus Rm. 11.36

Sendo nós, pessoas que receberam esse grande privilégio de sermos mordomos que cuidam das coisas de Deus, pessoas que receberam a incumbência de guardar essas coisas, não podemos agarrar-nos a elas como se fossem exclusivamente nossas.
Elas não podem ocupar o centro da nossa vida.
Não podemos viver para concentrar nelas à nossa atenção, ocupando a mente com elas; elas não podem absorver todas as energias de nossa vida.
Pelo contrário, precisamos nos manter numa atitude de desapego de todas essas coisas. Não podemos deixar-nos governar por elas. Antes, precisamos gerenciá-las; e, agindo assim, estaremos constantemente garantindo e depositando seguramente, para nós mesmos, um "tesouro no céu". 

Referência:
JONES, D. M. Lloyd.  Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.