segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ansiedade: mal "dos séculos"!

Temos visto que, no Sermão do Monte Jesus aborda as questões práticas da vida pessoal. Tudo quanto fazemos: nossa vida de oração, nossas tentativas de praticar o bem, nossa vida de jejum e devoções pessoais.
No entanto, como podemos observar a partir do versículo 25, não passamos a maior parte de nosso tempo nessas ocupações. Isso porque não nos afastamos do mundo.
Pelo contrário; nos mantemos atarefados, ocupados em negócios e outras atividades e temos uma multidão de problemas que fazem pressão sobre nós.
Acima de tudo, conforme o Senhor Jesus nos relembra no versículo 19, o grande problema com o qual nos defrontamos é o mundanismo que sempre se faz presente e constantemente nos assedia.
Jesus quis ir além do perigo de acumularmos tesouros sobre a terra, quis tratar da nossa preocupação com nós mesmos, mostrando-nos ansiosos a respeito desses tesouros.
Aqui, uma vez mais, somos relembrados acerca da terrível sutileza de Satanás. Para ele não é importante se alguém está acumulando tesouros ou preocupando-se com eles; tudo quanto lhe importa é que as nossas mentes concentrem-se sobre essas coisas, e não sobre Deus.
Ele assediará de todas as formas possíveis. Satanás é capaz de transformar-se em "anjo de luz" (II Coríntios 11.14).
Quão sutil foi a tentação a que Satanás sujeitou o Senhor no deserto: "Se és Filho de Deus... (Mateus 4:3; Dt. 8.3). Estamos sujeitos a ataques parecidos, mas, graças a Deus, nosso Senhor nos presenteou com instruções acerca disso. Tg. 4.7
Portanto, Jesus frisa o ponto que quer destacar, por três vezes, introduzindo a questão por meio de um "por isso", ou de um "portanto". v. 25, 31 e 34. 
A arte do ensino de Jesus é da repetição. O verdadeiro professor sempre reconhece que não basta dizer alguma coisa uma vez só, pois qualquer conceito precisa ser repetido.

DEVEMOS CONSIDERAR OS TERMOS QUE O SENHOR JESUS EMPREGOU: "NÃO ANDEIS ANSIOSOS" e "NÃO VOS INQUIETEIS".
Essas palavras equivalem a: "não vos preocupeis". Ex. Lucas 10.38-42. O Senhor Jesus voltou-se para Marta e a repreendeu, dizendo-lhe: "Marta! Marta! andas inquieta e te preocupas com muitas coisas". Marta se deixou "distrair"! Maria, no entanto, tinha um único propósito; um único alvo. Não se deixava distrair por muitas coisas.
O Senhor Jesus nos adverte, sobre o perigo de ser distraído, através da ansiedade acerca das coisas terrenas, de cuidados e preocupações com coisas desta vida (Jo. 6.27). De tanto olharmos para as coisas terrenas, acabamos nos esquecendo de Deus.

A EXPRESSÃO "NÃO ANDEIS ANSIOSOS" NÃO SIGNIFICA QUE NÃO DEVEMOS PENSAR E PLANEJAR SOBRE O FUTURO.
 Para ilustrar seu mandamento, Jesus utiliza-se do argumento das aves. Não é verdade que as aves têm apenas de ficar empoleiradas em alguma árvore ou poste, esperando até que o alimento lhes seja trazido. Pelo contrário! Elas buscam ativamente o seu alimento.  Há uma     intensa atividade entre as aves.
Jesus, aqui, exclui inteiramente a possibilidade de interpretarmos esse Seu ensino como se envolvesse uma espécie de espera passiva por Deus, sem que o homem não precisasse fazer nada.
Nosso Senhor jamais condenou os agricultores por ararem e gradearem a terra, semearem e colherem e, finalmente armazenarem a produção. Jesus jamais condenou tal atividade, pois foi ordem de Deus que o homem vivesse através do suor de seu rosto.
Dessa maneira, esses argumentos expressos na forma de ilustrações incluem também o caso dos lírios do campo - como eles extraem o seu sustento da terra onde estão plantados.
Como é evidente, não há aqui qualquer mandamento tendente ao ócio, mas nessas palavras encontramos uma advertência acerca da ansiedade.
Para a humanidade, parece mais natural que o indivíduo sinta-se ansioso, sobrecarregado e preocupado. Isso é um engano do mundo. Essas coisas tendem por dominar-nos, controlar-nos, e fazer-nos passar a vida inteira escravizados a elas. É isso que o Senhor Jesus está ensinando. E o apóstolo Paulo confirma em Fil.4.6-7.
Tendo dado a sua ordem, Jesus nos oferece uma razão geral para que a observemos: "não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?" Isso inclui a vida e o corpo.
O que nosso Senhor quis dizer com isso? É como Ele houvesse dito: "Considerem essa sua vida, a respeito da qual vocês tendem por preocupar-se e ficar ansiosos. Como é que vocês obtiveram essa vida? De onde é que ela veio?" E a resposta, naturalmente, é que:

A VIDA É UM DOM DE DEUS! O HOMEM É INCAPAZ DE CRIÁ-LA!
Nenhum de nós jamais resolveu vir a este mundo. O próprio fato de estarmos vivos neste instante deve-se inteiramente a Deus que assim quis e assim decidiu.  Assim sendo: Se Deus nos deu o dom da vida - o maior de todos os dons, como podemos imaginar que agora, repentinamente, Ele haveria de negar a Si mesmo, deixando de cuidar para que nossa vida seja sustentada e capacitada a continuar? Mas, Ele tem a Sua própria maneira de fazer isso!
Naturalmente devemos trabalhar. Fazer as coisas que Deus determinou que o homem fizesse nesta vida e neste mundo. No entanto, o que Jesus diz é que não precisamos ficar ansiosos ou preocupados com a possibilidade de não ter o suficiente para dar continuidade à nossa vida.

DEUS QUE NOS DEU A DÁDIVA DA VIDA CUIDARÁ PARA QUE ESSA VIDA PROSSIGA. Rm.8.32
O Doador da vida cuidará para que nos sejam providenciados o sustento e tudo quanto for necessário para esta vida.
É exatamente isso que Deus faz com as aves. Elas têm de encontrar o seu próprio alimento, mas é Ele quem os providencia para elas, quem cuida para que esse suprimento não lhes falte.
O nosso corpo é uma dádiva de Deus, e, por conseguinte devemos ter certeza de que, de alguma maneira, Ele providenciará os meios através dos quais nossos corpos serão alimentados e vestidos.
A principal dificuldade é que nos esquecemos deste princípio vital: de que as coisas de que desfrutamos nesta vida são dádivas de Deus. Tg. 1.17
Não somos meros resultados de uma suposta evolução. Deus se interessa por nós de forma pessoal, porque Ele nos criou. Jamais teríamos vindo a este mundo se Deus não o quisesse. Essa deve ser nossa firme convicção.
Temos que agradecer a Deus todos os dias pela vida, pelo alimento, pelo abrigo que Ele deu a cada um de nós! Essas coisas são inteira e exclusivamente dádivas divinas.
Essa foi a atitude de todos os grandes heróis da fé, descritos em Hebreus 11. Eles não puderam compreender tudo quanto lhes sucedia, mas exclamavam "Deus sabe de tudo, e cuida de nós". Eles criam que Deus haveria de sustentá-los e guiá-los por toda a jornada nessa terra, até que o propósito divino para eles fosse cumprido e Ele os acolhesse em Sua habitação celestial onde haveriam de passar a eternidade em Sua gloriosa presença.

 "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?" Mt. 6.25
Que possamos nos submeter a esta ordem do Senhor e praticar os princípios fundamentais contidos nela. Ao procedermos assim, com certeza venceremos a ansiedade e as preocupações e, como filhos do Pai celestial, caminharemos em paz e serenidade, na direção do nosso lar eterno.
Que Deus nos ajude e nos abençoe neste propósito. Amém.

Referência:
JONES, D. M. Lloyd.  Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.




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