"Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os homens vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa.
Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto,
para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará".
Mateus 6:16-18
Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto,
para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará".
Mateus 6:16-18
A questão do jejum quase desapareceu
de nossa prática diária, e até mesmo do campo das nossas considerações. Muitos
crentes vivem hoje como se Mt. 6.16-18 tivesse sido arrancado de suas Bíblias.
Mas não temos nenhuma razão para destacar mais o dar e o orar do que o jejuar.
Com que frequência temos pensado a
respeito disso? Que lugar o jejum ocupa em toda a nossa perspectiva de vida
cristã? A verdade provável é que apenas raramente temos meditado sobre esse
tema.
Apesar disso, ele aparece no Sermão do
Monte; e não temos qualquer direito de escolher o que queremos e o que não
queremos aceitar nas Escrituras Sagradas. É imprescindível que o aceitemos tal
e qual ele é, e nesta passagem a questão do jejum se impõe diante de nós. Por
isso não temos como desconsiderá-la.
Nessa altura do seu sermão, nosso
Senhor estava interessado por um único aspecto desse tema do jejum: a tendência
de nos ocuparmos dessas diversas práticas religiosas (dar, orar e jejuar) com o
único objetivo de sermos vistos pelos homens.
Ele se preocupava com essa nossa
tendência para o exibicionismo.
Onde
cabe essa prática dentro do ensinamento bíblico? Quem praticava o jejum,
segundo a bíblia?
De modo geral, a resposta é a
seguinte:
Trata-se de uma prática ensinada no
Antigo Testamento. O povo de Israel recebeu a ordem de jejuar uma vez por ano,
no dia da Expiação – Lv. 16.29-31
No Novo Testamento os fariseus
costumavam jejuar duas vezes por semana, apesar de Deus
jamais ter determinado tal prática.
Assim como eles, a tendência de certas
pessoas religiosas sempre será ir além daquilo que está escrito na Bíblia; e
essa era a posição dos fariseus.
Jesus, embora nunca tivesse ensinado
diretamente que alguém jejuasse, sem dúvida ele ensinava indiretamente essa
prática. Veja o que ele diz em Mateus 6.17 e 9.14-15
Com base nessas palavras de Jesus,
portanto, concluímos que para ele, o jejum nada tinha de errado e era
recomendável ao povo crente.
Sabemos que o próprio Jesus jejuou por
40 dias e 40 noites, ao ser tentado por Satanás, no deserto. Mt. 4.1
O jejum era praticado também pelos
apóstolos; pela igreja primitiva e no decorrer da história da igreja. O povo de
Deus sempre sentiu que o jejum não somente é uma prática correta, mas também
que ela se reveste de imenso valor quanto aos seus efeitos, sob determinadas circunstâncias. (2 Co. 6.5 – At. 13.1-3)
Mas,
no que consiste, exatamente, o jejum? Qual é o seu propósito?
O homem se compõe de corpo, mente e
espírito, e esses elementos estão intimamente relacionados entre si,
interagindo uns com os outros.
A noção bíblica do jejum é que, por
causa de certos objetivos e razões espirituais, homens e mulheres resolvem
fazer abstinência de alimentos.
O jejum é algo incomum, excepcional,
algo que um homem põe em prática apenas ocasionalmente, com uma finalidade
especial. Jejuar é abster-se completamente de alimentos na busca de certos
alvos especiais como: a oração, a meditação ou a busca do Senhor, devido a
alguma razão peculiar, ou sob circunstâncias especiais.
Como
devemos considerar e abordar a questão do jejum?
Há certas maneiras erradas de jejuar:
Jejuar de maneira mecânica, ou
meramente com a finalidade de jejuar, por ser esta uma prática da religião
cristã.
Qualquer coisa que fizermos somente
por fazê-la, como se fosse uma rotina, certamente viola ensinamentos bíblicos
importantes.
Jejuar esperando resultados diretos e
imediatos do jejum. Ele sempre deveria ser conceituado como um meio para se
chegar a um fim e não como um fim em si mesmo, e só deveria ser praticado
quando alguém se sentisse impelido ou fosse levado a isso por razões
estritamente espirituais.
Qual
é a maneira correta do crente jejuar?
A primeira coisa é que o jejum não
envolva um esforço distorcido, conforme faziam os fariseus. A nossa
preocupação deve ser somente com Deus e sobre como podemos agradá-lo em tudo.
Também, agir de forma natural, preocupando-nos
exclusivamente com a sua honra e glória.
O mais importante é que a nossa
relação com Deus esteja correta e que o nosso objetivo seja agradar ao Senhor. Se essa for a nossa preocupação, então
poderemos deixar todo o resto aos seus cuidados.
Devemos concluir esse estudo lembrando
a todos que o Deus da Bíblia odeia a hipocrisia, pois Ele é o Deus da verdade.
Mantenhamo-nos conscientes de que
estamos sempre na Sua presença e que a nossa dádiva (esmola), a nossa oração e
o nosso jejum devem ser para agradar a Deus.
Talvez o Senhor retenha o nosso
galardão durante anos; mas isso não importa. Receberemos a recompensa.
As promessas divinas nunca falham.
Embora o mundo jamais entenda quem somos, Deus o sabe, e, naquele grande dia
esse fato será proclamado diante do mundo inteiro.
Dr.
Martyn Lloyd Jones disse: “Que os homens não te ouçam, não te amem e
nem te louvem. Mas o que importa é isso: É o Senhor quem te aprova!”
Que Deus nos ajude a viver na prática
também esse ensinamento do Senhor Jesus!
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
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