“O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE”
Mt. 6. 11
Vamos começar a refletir sobre as três últimas petições
da oração do Pai Nosso, que dizem respeito a nós e às nossas necessidades e
desejos.
Todas as nossas grandes necessidades são ali relacionadas. Todos
os aspectos da nossa vida podem ser contemplados dentro dessas três petições.
É justamente por isso que essa oração é tão admirável. Em tão
pequeno espaço, nosso Senhor cobriu a vida inteira de um crente.
Nossas necessidades físicas, mentais e espirituais estão aqui
incluídas. O corpo, a alma e o espírito; nenhum deles foi esquecido.
Cristo começou pelo corpo. Imediatamente depois de exaltadas
as petições sobre Deus e Sua glória, Ele declarou: “o
pão nosso de cada dia dá-nos hoje”.
QUAL O SENTIDO
DESSA EXPRESSÃO?
“Dá-nos neste dia aquilo que nos é necessário”. Em outras palavras, tudo quanto
devemos pedir é aquilo que é o suficiente ou o necessário para cada dia.
O pão é o sustento da vida, por isso não deveríamos limitar essa petição às questões
alimentares, pois ela tem o propósito de abarcar todas as nossas necessidades
materiais, tudo quanto se faz necessário para a vida do ser humano neste mundo.
Mt. 6.31-32
EXISTE ALGO DE
EXTRAORDINÁRIO E MARAVILHOSO NA CONEXÃO ENTRE ESSE PEDIDO E OS ANTERIORES!
O Deus que é Criador e Sustentador do universo, que está
formando o Seu reino eterno e que haverá de inaugurá-lo no fim dos tempos, para
quem as nações são como “...um grão de
pó na balança” (Is. 40.15) leva em conta as nossas mais íntimas
necessidades, incluindo os menores detalhes, como esta questão do nosso
sustento diário.
Jesus nos ensinou que nem mesmo um pardal pode cair por terra
sem o conhecimento do nosso Pai, e também que valemos muito mais do que os
passarinhos (Mt. 10.29-31).
Ele nos diz que, quanto a nós, “...até
os cabelos todos da cabeça estão contados”. Mt. 10.30
Os menores e mais triviais detalhes de nossas vidas lhe são
perfeitamente conhecidos. Essa é uma informação que encontramos somente nas Sagradas
Escrituras.
O texto passa diretamente das palavras: “faça-se
a sua vontade, assim na terra como no céu” para “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”.
É assim que Deus age. Aquele que é “o
alto, o sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de santo”,
conforme Isaías acrescenta, habita “também com o
contrito e abatido de espírito...” Is. 57.15
Esse é o milagre da redenção, a qual nos ensina que o Senhor
Jesus Cristo cuida de nós aqui na terra, ligando-nos com o todo-poderoso Deus
da glória.
É importante enfatizar que só deveríamos orar por causa de
necessidades essenciais. Não somos informados que deveríamos orar pedindo artigos de
luxo ou a superabundância, e nem essas coisas nos foram prometidas. Entretanto, foi-nos prometido que teríamos o suficiente. Mt. 6.31, 33
Já em sua idade avançada, Davi fez um retrospecto de sua
vida, e exclamou: “...jamais vi o justo
desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão”. Sl. 37.25
As promessas de Deus nunca falham. Mas referem-se somente a
necessidades verdadeiras. Nossa ideia de necessidade é que nem sempre
corresponde à ideia de Deus.
Parece haver nessa petição uma contradição com o que Jesus
diz nos versículos 7 e 8: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os
gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis,
pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho
pedirdes”. Mateus 6:7-8
MAS, SE DEUS JÁ SABE DE TUDO ANTES MESMO DE ABRIRMOS A BOCA, POR QUE DEVERÍAMOS
EXPRESSAR DIANTE DELE AS NOSSAS NECESSIDADES?
Para que falar-lhe acerca de coisas sobre as
quais Ele já sabe tudo? Essa indagação nos leva ao centro do
significado da oração.
Devemos dizer essas coisas a Deus, não
porque Ele não tenha consciência delas, mas devemos pensar na oração muito mais
em termos das relações entre um pai e seu filho.
O valor da oração é que ela nos mantém em
contato direto com Deus. Deus aprecia que nos aproximemos dele para conversar.
O Deus que é o autoexistente, o grande Yahweh, o Deus que não
depende de ninguém, que é vivo de eternidade a eternidade, que existe por si
mesmo independentemente de quem quer que seja, gosta que nos acheguemos a Ele,
de ouvir-nos, porque somos Seus filhos.
O Deus que criou os céus e a terra gosta de ouvir as nossas
orações, de dar ouvidos às nossas petições.
Deus age assim porque Ele é amor. Esse é o motivo pelo qual, embora conheça todas as nossas
necessidades, sente um grande prazer quando Nele confiamos, quando nos vê
achegando-nos a Ele, pedindo-lhe o sustento diário.
DEPENDEMOS
INTEIRAMENTE DE DEUS, ATÉ MESMO PARA O NOSSO PÃO DIÁRIO.
Se Deus assim o quisesse, não teríamos o suprimento diário de
pão! Ele poderia suspender as chuvas; acabar com o sol, tornar as
terras totalmente áridas, de tal maneira que os agricultores não pudessem
colher uma safra. Estamos inteiramente à mercê de Deus.
A suprema insensatez das pessoas deste século é pensar que
por havermos adquirido certa dose de conhecimento sobre as leis naturais,
criadas por Deus, já não mais precisamos Dele. Na verdade, não podemos viver sem Ele
um dia sequer. Coisa alguma poderia continuar existindo se não fosse sustentada
por Deus. Tg. 1.17
É muito importante que, ao menos uma vez por dia, nos
lembremos que o nosso tempo, nossa saúde e nossa própria existência estão todos
nas mãos do Senhor.
Nosso alimento e todas as coisas de que carecemos só podem
vir até nós da parte de Deus, e dependemos de Sua graça e misericórdia para os
recebermos.
Que Deus nos ajude a termos sempre essa compreensão da nossa
total dependência Dele.
Referência:
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
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