Mt. 6.12-13
Chegamos à segunda divisão das
petições do Pai Nosso, que dizem respeito às nossas necessidades espirituais;
perdão e livramento do pecado.
“E PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS...”
A Bíblia que só há uma lavagem da pessoa inteira; e essa ocorre por
ocasião da justificação (Jo. 13.10). Porém, mesmo
depois de justificados por Jesus, enquanto caminhamos por esse mundo, ficamos
sujos e manchados pelo pecado.
Isso acontece com todo cristão.
Por isso, embora saibamos que fomos perdoados, continuamos precisando de perdão
para os nossos pecados e fracassos diários.
Isso é declarado em I João 1, onde lemos
que o crente, embora ande na vida de fé, ainda assim pode incorrer em pecado.
João nos orienta a confessar os nossos pecados dizendo: “Se confessarmos
os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça”. I Jo. 1.9
O apóstolo João não estava
falando com incrédulos. Sua carta destinava-se a pessoas crentes, assim como
Jesus na oração do Pai Nosso.
Quem é a pessoa que pode orar “...perdoa-nos
as nossas dívidas assim como nós temos perdoado aos nossos devedores...”?
É aquela que já recebeu o direito
de exclamar: “Pai Nosso!” E a única pessoa
que tem o direito de dizer: “Pai Nosso”, é
aquela que se encontra em Cristo Jesus. Por assim dizer, essa é uma “Oração dos
Filhos”.
Essa oração se destina
exclusivamente àqueles que já foram feitos filhos de Deus mediante a fé no
Senhor Jesus Cristo.
Temos aqui a relação entre um filho
de Deus e seu Pai celeste, e, no instante em que percebemos que ofendemos, ou
entristecemos ou pecamos contra o nosso Pai, devemos confessar o erro e
pedir-lhe perdão; temos a certeza de que somos perdoados.
A Bíblia diz também em I Jo. 1.10 que: “Se dissermos que não temos cometido pecado
fazemo-lo mentiroso e a sua palavra não está em nós”.
A pessoa que não reconhece quão
pecador é o seu próprio coração, mas se preocupa meramente com suas próprias
teorias, é uma pessoa que jamais se examinou verdadeiramente. Pois, quanto mais
uma pessoa tiver sido santificada, tanto maior será o seu senso de pecado, e
sua consciência de pecado no íntimo.
Através dessa petição, nosso Senhor estava interessado em relembrar-nos
a necessidade do perdão e assegurar-nos quanto à certeza desse perdão.
Ele estava preocupado com a
relação entre Ele, como Pai e nós, como filhos.
O que temos aqui é aquilo que
encontramos tão claramente ensinado em Mateus 18, na parábola do Credor
Incompassivo, que não se dispunha a perdoar um seu conservo, embora ele mesmo
tivesse sido perdoado pelo seu senhor.
Essas palavras de Jesus ensinam que a prova que você e que fomos
perdoados é que perdoamos aos outros.
Se pensarmos que os nossos
pecados são perdoados por Deus, mas nos recusarmos a perdoar aos nossos
semelhantes, estaremos praticando um grave erro; e isso será prova de que
jamais fomos perdoados.
A pessoa que sabe que foi perdoada em virtude do sangue vertido por
Cristo, e nada mais, é a aquela que sente a compulsão de perdoar a outros.
Se realmente conhecemos a Cristo
como nosso Salvador, então nossos corações serão quebrantados e não poderão
mostra-se duros, e nós não poderemos recusar o perdão a quem nos tiver
ofendido.
Não podemos reter o perdão. Isso
era o que o Nosso Senhor estava nos dizendo aqui.
Ore a Deus e diga: “Perdoa-me, ó Deus, assim como tenho perdoado a
outros, por causa daquilo que tens feito por mim. Perdoa-me como eu os tenho
perdoado, por causa daquilo que a cruz de Jesus Cristo tem realizado em meu
coração”.
Essa petição está repleta da graça de Deus. Vemos como ela é importante
por meio do fato que nosso Senhor chegou mesmo a repeti-la.
Havendo terminado a oração, Ele
voltou ao tema e declarou nos versículos 14 e 15: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as
suas ofensas], tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”.
O verdadeiro perdão quebranta ao
homem, e ele se sente movido a perdoar. Por isso não devemos repetir essa
oração de forma mecânica.
Vejamos agora a última petição:
“E
NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO; MAS LIVRA-NOS DO MAL”. MT. 6.13
Essa é a petição final e esse é o
seu propósito.
Ao fazermos essa petição, estamos pedindo que nunca sejamos conduzidos
a uma situação em que nos tornemos passíveis de ser tentados por Satanás.
Ou seja, que Ele não permita que
sejamos vítimas fáceis das tentações nem que sejamos expostos a situações onde
poderíamos cair em pecado.
Há situações que são muito
perigosas para nós. Dessa forma, devemos vigiar e orar, nos mantendo sempre em
guarda para não cairmos em tentação (Mt. 26.41).
Vinculado a isso há um segundo aspecto dessa petição, que nos recomenda
orar no sentido de sermos livres do mal.
Nesse caso, o “mal” inclui não
somente a pessoa de Satanás, mas também todas as formas e variedades do mal.
Certamente, o Maligno está
incluído na palavra “mal”, por isso, precisamos ser defendidos dele e de suas
artimanhas.
Entretanto, em nossos próprios
corações também se oculta a maldade e, assim sendo, precisamos ser livres desse
mal interior, como também do mal que reside no mundo em geral. Ou seja,
precisamos ser livres de todos esses aspectos do mal. Jr.17.9; Mt. 15.19;
Por qual motivo deveríamos pedir a Deus para sermos resguardados do
mal? Pelo grande motivo que a nossa comunhão jamais venha a sofrer interrupção.
O nosso desejo supremo deve ser o
de termos sempre uma correta relação com Deus, conhecendo-o e desfrutando de
companheirismo e comunhão ininterruptos com Ele.
Esta é a razão pela qual devemos
fazer essa oração, para que nada venha a interpor-se entre nós e o glorioso Pai
celeste.
O que alguém poderia dizer, após
uma oração magnífica como essa. Após ter lido tais palavras?
Deve haver uma espécie de ação de
graças final, alguma forma de doxologia (expressão de louvor a Deus).
Quando consideramos nossas
necessidades e também o quanto dependemos dele e as nossas relações com Ele,
não podemos parar dizendo: “Livra-nos do mal”.
Precisamos terminar nossa oração
conforme havíamos começado, isto é, louvando ao Senhor, e é isso que Jesus nos
ensina ao dizer:
“Pois teu é o reino, o poder e a glória
para sempre. Amém”.
Referência:
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
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