Nos
vers. 13 e 14 de Mateus 7, Jesus ensina que devemos entrar pela porta estreita
e então caminhar e continuar caminhando pelo caminho apertado que conduz à
vida.
Agora, neste trecho, o Senhor
Jesus começa a nos mostrar alguns dos perigos, empecilhos e obstáculos com os
quais se encontram todos aqueles que tentam iniciar essa caminhada.
Ele
nos mostra como podemos reconhecê-los, e como devemos tratar com os mesmos.
O
primeiro deles diz respeito aos falsos profetas (v. 15). Eles sempre se fazem
presentes, nunca se afastam do lado de fora da porta estreita.
Se
começarmos a dar-lhes ouvidos estaremos perdidos, pois eles acabarão convencendo-nos
a não caminhar pelo caminho apertado.
Mas,
a pergunta é: Quem são esses falsos profetas? Que representam eles e como
poderão ser reconhecidos?
Jesus
sugeriu que a verdadeira dificuldade a respeito desse tipo de indivíduo é que,
a princípio, ninguém pode imaginar que ele seria tal.
A
questão é extremamente sutil, a tal ponto que o povo de Deus pode ser
desencaminhado por eles.
Pedro
expressou essa particularidade, dizendo que essas pessoas, “...introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras...” 2 Pe. 2.1.
Esses
falsos profetas se parecem com pessoas corretas; mas é que se disfarçam com “peles
de ovelhas”, e ninguém pode suspeitar que eles são de má-fé. É a sutileza deles
que realmente constitui o perigo.
O
falso profeta é um indivíduo que se aproxima de nós, dando-nos a impressão
inicial de que é um cristão exemplar. Assim
sendo, que poderia haver de errado em uma pessoa assim?
Jesus
nos dá a resposta no versículo 16: “Pelos seus frutos os conhecereis...”
O
que Jesus quer dizer é que: onde quer que haja um ensino distorcido, isso
sempre conduzirá a uma forma de vida errada, a uma conduta repreensível.
Como,
então, podemos identificar esses indivíduos? O que há de errado no ensino deles?
A
resposta a essas perguntas consiste em dizer que, no ensino ministrado por eles
não há o elemento da “porta estreita”, nem há o “caminho apertado”.
Trata-se,
pois, de um falso ensino, cujo erro deve
ser detectado por meio daquilo que não é declarado, muito mais do que por
intermédio daquilo que realmente é dito.
Normalmente
pensamos que o conceito de que o erro consiste tão somente naquilo é ofensivamente
errado; mas não parecemos compreender que a
pessoa mais perigosa de todas é justamente aquela que não enfatiza as coisas
certas.
Ele
nada apresenta de realmente ofensivo para o homem natural; mas procura agradar a todos.
Exibe-se
“disfarçado de ovelha”, mostrando-se atrativo, amável e admirado, e com uma mensagem sempre suave.
Os
falsos profetas jamais deixam as pessoas perturbadas, desconfortáveis com a sua
pregação.
O
ouvinte deles continua na mesma condição, e ainda pensa que tudo vai muito bem,
não tendo de preocupar-se com a porta estreita ou o caminho apertado.
Os
falsos mestres muito raramente ensinam assuntos como A
SANTIDADE, A RETIDÃO, A JUSTIÇA E O JUÍZO DE DEUS. Eles
sempre pregam acerca do amor de Deus. E jamais fazem alguém tremer, ao pensar
sobre esse santo e majestoso Ser com quem todos nós teremos que tratar
pessoalmente.
Enfatizam
uma só verdade acerca de Deus, a saber, o seu amor. Mas, não mencionam as
demais verdades igualmente destacadas nas Escrituras. E é justamente aí que
reside o perigo!
Outra
doutrina que eles nunca salientam é a do JULGAMENTO FINAL E DO DESTINO
ETERNO DOS PERDIDOS. No
entanto, esse tema também é transparente aqui mesmo no Sermão do Monte.
E isso como declaração saída
dos lábios do próprio Senhor Jesus. Ele é quem falou acerca dos falsos
profetas, que se disfarçam de ovelhas, mas que na verdade são lobos roubadores.
OS FALSOS PROFETAS TAMBÉM NÃO
GOSTAM DE FALAR SOBRE O PECADO.
Não
mencionam à natureza decaída do ser humano, não dizem que o próprio homem, em
sua totalidade, é alguém decaído e perdido, e nem o fato que “...todos pecaram
e carecem da glória de Deus...” Rm. 3.23.
O
ensino deles não salienta essa doutrina da pecaminosidade, conforme ela se acha
nas páginas do Novo Testamento. E nem enfatiza que, em nosso estado natural
todos estamos “...mortos
em nossos delitos...” Ef. 2.5, e,
portanto, inteiramente sem esperança.
Os
falsos profetas falam acerca de Jesus, mas não falam QUE
CRISTO FOI CRUCIFICADO COMO SEU SUBSTITUTO.
Não
falam sobre a necessidade de o indivíduo crer que Cristo morreu na cruz por ser
a única maneira de fazer expiação pelo pecado.
Meramente falar acerca de
Cristo e sua cruz não basta. Mas essa menção inclui a doutrina bíblica da
expiação vicária de nossa pena.
Os
falsos transformam a mensagem da cruz em
algo aceitável para a grande maioria das pessoas, em uma admirável filosofia de
amor e de profunda emotividade, e isso porque o mundo não se interessa pela
verdadeira mensagem da cruz.
Da
mesma maneira esse ensino, NÃO ENFATIZA DEVIDAMENTE
O ARREPENDIMENTO, EM SENTIDO LEGÍTIMO.
A doutrina deles fala antes de um portão bem
amplo, como se este levasse à salvação, e de uma estrada bem espaçosa, indo
para o céu.
Ninguém
precisaria sentir profundamente a sua própria pecaminosidade. Tão somente ao
indivíduo caberia “decidir-se em favor de Cristo”.
No
entanto, Jesus enfatizou o arrependimento como uma atitude vital que indica que você percebeu que é pecaminoso e culpado
na presença de Deus, que merece a punição imposta por Ele, que está se
encaminhando diretamente para a condenação eterna.
Significa
que você começou a perceber que algo denominado “pecado” está em você, que
almeja livrar-se dele e que volta as costas ao pecado em todas as suas formas e
variedades.
Você
renuncia ao mundo em sua mentalidade, bem como em suas práticas; e também
nega-se a si mesmo, toma sua cruz e põem-se a seguir a Cristo.
Os
falsos profetas não colocam a questão nesses termos, simplesmente afirmam que
as pessoas precisam “vir a Cristo”, e que precisam “tornar-se crentes”.
Vemos
então que os falsos profetas não ressaltam a total necessidade de alguém entrar
pela porta estreita e de avançar pelo caminho apertado.
Eles
sempre oferecem uma salvação facilitada e um tipo de vida fácil de ser vivida.
Eles não ensinam que devemos
pôr em prática os ensinamentos do Sermão do Monte e nem eles mesmos vivem como
Jesus ensinou!
Ora,
se somente ouvirmos, sem pôr em prática aquilo que tivermos ouvido então
estaremos perdidos. Se somente comentarmos sobre aquilo que tivermos ouvido,
sem colocá-lo em ação, isso, no julgamento final isso servirá de depoimento
contrário a nós.
Portanto,
estejamos atentos a eles através de uma comunhão íntima com Deus e com a Sua
palavra, para termos condições de identificá-los.
Referência:
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
JONES, D. M. Lloyd. Estudos no Sermão do Monte. SP: Ed. Fiel, 1984.
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