segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Você jura??


Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.
Mateus 5:33-37

Você gosta de burocracia? Imagino que não!
Por que será que a burocracia aborrece tanta gente? Com certeza alguns dos motivos são: as filas que ela gera, os muitos documentos, o tempo perdido etc.
Mas, você já parou para pensar por que a burocracia existe? A resposta é simples! Porque não há confiança no que as pessoas dizem ou fazem. Se as pessoas fossem confiáveis, isso seria desnecessário!
No tempo do Antigo e do Novo Testamento, como não existiam cartórios e repartições públicas como as de hoje, costumava-se usar os juramentos, para que a palavra dada fosse tida como verdadeira.
Neste estudo vamos ver que a Bíblia não questiona a prática de juramentos, mas a leviandade dos perjúrios e o tomar o nome de Deus em vão.
Jesus condenou os juramentos na vida do cristão e propôs um padrão mais elevado, que é a credibilidade em tudo o aquilo que falamos e não apenas no que jurarmos.

A prática de fazer juramentos vem dos tempos mais remotos (Gn. 14.22). 

Essa foi a maneira encontrada pelos antigos, de garantir a palavra de alguém. (Hb. 6.16).
Os juramentos eram feitos em diversas situações: para confirmação de pactos decisões de tribunais, realização de deveres sagrados e em muitas outras circunstâncias (Gn. 26.28; Êx. 22.10-11; Nm. 30.2 ).
Mesmo não sendo diretamente ordenados, os juramentos eram permitidos por Deus, responsabilizando assim quem deles se utilizava.  E o seu cumprimento era exigido – Ecl. 5.4-5; Sl. 50.14
O problema é que assim como hoje em dia, muitas vezes, eles eram feitos precipitadamente – Pv.20.25 

Usar expressões como juro pelo Senhor; tão certo como vive Deus ou tomo a Deus por testemunha, e depois deixar de cumprir o voto era questionar a realidade da própria existência de Deus.
O Antigo Testamento empregava o juramento para combater a mentira; mas isso não impedia que ela se infiltrasse pela prática do perjúrio.

Perjúrio, segundo o dicionário significa: falso juramento; crime de falso testemunho ou falsa acusação (Houaiss). Pelas leis atuais, inclusive a brasileira, a pessoa pode ser condenada a cumprir pena, por falso testemunho. Por isso Jesus falou aos seus discípulos, orientado-os sobre como deve ser a palavra do cristão.

Qual o posicionamento de Jesus a respeito dos juramentos?

Jesus disse: “De modo algum jureis” (Mt. 5.34). Mas, por que??
Ora! A pessoa que sempre fala a verdade não precisa jurar, porque todos já sabem que ela sempre fala a verdade!
A ordem de Jesus é uma demonstração clara de que Ele deseja que a palavra dos seus discípulos seja sempre uma palavra de verdade. Ele apresenta, na verdade, um modelo de conduta mais excelente para o cristão.

Jesus mostra que quando alguém jura, não consegue evitar referência a Deus, mesmo que não mencione diretamente Seu nome (Mt. 5.34-36).
Jesus ensina que não apenas aquilo que se diz sob juramento, mas certamente a totalidade do que falamos é proferida na presença do Deus que tudo conhece e, por isso, deve haver veracidade total em nossas palavras.

Jesus então apresenta a conduta cristã em relação aos juramentos – Mt. 5.37

Jesus disse que o “Sim” do cristão deve ser sim, e o “Não” deve ser não. Por que ele não disse que poderia ser: sim, não e talvez?
Sim e não, são afirmações categóricas, que não deixam dúvidas. Já a expressão “Talvez” é duvidosa, pode ser “sim”, e pode ser “não”, e a palavra do cristão não deve deixar dúvidas!

No tribunal, quando uma pessoa é chamada a dar um depoimento ou a dar um testemunho, o oficial de justiça pergunta: “O(a) senhor(a) promete dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade?”. Se a pessoa responder “talvez”, o juiz voltará a perguntar e a insistir para que a pessoa reflita e diga sim ou não. E, se alguém, durante o depoimento, não falar a verdade, e depois for descoberto, responderá por perjúrio.

O que Jesus ordena nesse versículo é que a nossa palavra seja sincera e normal, pois todo e qualquer exagero já se constitui numa mentira. Devemos falar sempre como quem vive na presença de Deus, tendo em Jesus o exemplo de quem falou sempre a verdade ( 1Pe. 2.22)
O cristão não deve recorrer a juramentos para receber credibilidade, e sim, ter uma palavra tão confiável como se fosse um juramento.
O que passar do “sim” e do “não” será produto da maldade de nossa natureza caída como também influência do maligno que é o “pai da mentira” (Jo. 8.44)

Tudo o que falamos, portanto, deve ser verdadeiro e confiável, refletindo tão somente o sentido daquilo que queremos dizer. Para isso, não é preciso jurar para autenticar a palavra, pois o caráter do cristão dispensa tal recurso.

Pense por um instante:

  • Em seu trabalho, quando você é questionado sobre algo que fez ou não fez, você tem tido a coragem de falar a verdade para seu chefe, sem temer as consequências? E quando faz negócios, as pessoas com quem você trata podem confiar no que diz, no que promete e no que contrata?
  • Em sua casa, você tem se dirigido ao seu esposo/esposa de maneira sincera e verdadeira, de modo a não precisar fazer qualquer tipo de juramento? Como tem sido seu relacionamento com seus filhos, em relação ao que lhes promete? Eles podem “checar” o que você diz, sem qualquer possibilidade de ter sua conduta em desacordo com sua palavra?
  • E em seu relacionamento com Deus, você tem feito promessas e votos e os têm cumprido? Tem honrado sua palavra nas responsabilidades que tem assumido?
Será que você pode afirmar, com convicção, que seu “sim” significa sim e seu “não”, não?
Desejo a mim e a você querido(a) leitor(a) que, como filhos de Deus possamos ser pessoas verdadeiramente confiáveis!

Baseado em: Sermão do Monte – um ensino desafiador. Ed. Cristã Evangélica

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